Entre a vontade e a decisão de compra existem vários desafios que o consumidor comum precisa vencer. Entender do produto, conhecer os benefícios, saber como ele irá suprir suas necessidades são alguns dos itens a observar. Quando o assunto é a aquisição de um bem caro, como um imóvel, é preciso adicionar ainda mais critérios para que, ao final do processo, a moradia seja como a realização de um sonho e não uma eterna dor de cabeça. Cientes das dificuldades que permeiam esse tipo de aquisição, especialistas do mercado imobiliário prepararam uma lista com os cinco itens mais importantes de se observar antes de assinar um contrato:

1. Verifique o histórico da construtora

Para a consultora imobiliária da Alfamix, Dariane Souza, a primeira coisa a se fazer é investigar a idoneidade das construtoras que geraram interesse. “É importante saber se é confiável, se erros são recorrentes, se demora na entrega e se tem relação com problemas de financiamento. A internet é uma ferramenta indispensável nesse momento”.

“A inspeção deve incluir, além do nome que a construtora tem no mercado, a qualidade construtiva do produto. É importante visitar vários imóveis, ouvir muita gente e fazer muita pesquisa”, endossa a profissional da Adão Imóveis Jacqueline Souza.

Jacqueline pondera, entretanto, que a perfeição não existe e pode acontecer de uma construtora ter reclamação e não ser necessariamente uma má empresa. “O importante é que o consumidor verifique como foi a assistência nessa situação. Todo mundo erra, mas a empresa que é séria, presta um bom atendimento pós-venda com a finalidade de corrigir eventuais problemas”.

2. Não dê um passo maior que a perna

Mesmo que o preço seja atraente, o consumidor precisa verificar o seu poder de compra a longo prazo. É o que alerta a consultora imobiliária Ivone Ribeiro, da Alfamix Imóveis. “Imóveis são investimentos altos e o comprador tem que ter certeza de que seu poder de compra é suficiente para assumir o compromisso”. Segundo ela, há também que se notar as condições de pagamento. 

Outro ponto a ser observado é a agilidade no financiamento, segundo Dariane.  “Algumas construtoras possuem vínculos diretos com instituições bancárias e isso pode facilitar o processo. Clientes meus chegaram a assinar o financiamento com 15 dias, mas, dependendo da construtora, isso pode levar até seis meses”.

Para o corretor André Fleury, da Adão Vida Nova, este é o momento de avaliar a relação custo-benefício do imóvel. Ele ensina que o consumidor precisa se perguntar: ‘quanto eu estou pagando e quanto eu estou levando?’, ‘quais são as vantagens oferecidas pelo empreendimento?’, ‘é possível comprar algo melhor com o mesmo valor?’, ‘quanto essa região irá valorizar?’.

3. Lembre-se: boa localização gera valorização

A expressão “localização é tudo” é uma unanimidade no mercado imobiliário. Mas você sabe como escolhê-la? Conforme explica o corretor Augusto Félix, da Adão Vida Nova, uma boa localização envolve tudo o que há em torno do empreendimento: praças, parques, conveniências, comércios, faculdades, hospitais e acessos rápidos a outras partes da cidade”.

Para Ivone Ribeiro, a localização também atende questões de segurança e infraestrutura. “Alguns bairros são mais bem assistidos em termos de manutenção, asfalto e outros itens, como policiamento e iluminação pública”.

Para André Fleury, o consumidor deve estar atento a shoppings, praças, farmácias e vias de escoamento rápido porque a comodidade e economia de tempo fazem parte do contexto de vida urbana. “No Eldorado Parque, por exemplo, além das conveniências existe proximidade com a BR 060, com a Perimetral Norte e com o Anel Viário, de onde se pode acessar à BR 153 e outros pontos da capital”.

4. Tamanho não é documento

Para os especialistas, o imóvel não precisa ser necessariamente grande para ser bom. O importante é que seja compatível com o estilo de vida e também com o número de integrantes da família.

“Tudo depende da planta e da organização. Além disso, se a pessoa conseguir se organizar para viver em um ambiente um pouco menor, pode ter uma economia considerável”, indica Jacqueline.

Para Augusto Félix, o comprador deve avaliar o tamanho dos quartos e o aproveitamento do espaço no apartamento como um todo. “As construtoras estão se modernizando e passaram a entender que corredor, por exemplo, é um espaço morto. As plantas mais modernas são feitas de modo a integrar os espaços”.

5. Lazer para toda família, e não apenas para as crianças

Um imóvel é um patrimônio onde as famílias vivem por muitos anos, em muitos casos, durante toda a vida. Então, na hora de observar os itens de lazer, é importante considerar as diferentes fases dos integrantes. “O mais comum é que as famílias pensem apenas nas crianças, mas se esquecem que elas vão crescer, se tornar jovens, com outras necessidades. Fora os adultos da família, que também precisam ser contemplados. Por isso, o ideal escolher o empreendimento que tenha uma área de lazer que contemple os três públicos”.

Por Hugo Oliveira, da Comunicação Sem Fronteiras.