Apesar de saber sobre a importância da reciclagem, o brasileiro ainda não tem uma cultura, no dia a dia, de separar seus resíduos para a coleta seletiva. Veja a seguir como esses hábitos são simples e podem ser adotados desde já 

            O brasileiro tem preocupação com o meio ambiente e sabe da importância da reciclagem para a preservação do mesmo. É o que aponta uma pesquisa realizada em 2018 pelo Instituto Ibope. Porém, o mesmo levantamento que ouviu mais de 1.800 entrevistados em todo País revelou também que apenas uma em cada quatro pessoas separa o lixo reciclável do orgânico. Uma outra pesquisa, do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), realizada também em 2018, destaca que apenas 1.227 municípios apresentam algum programa de coleta seletiva, o que representa apenas 22% das cidades brasileiras.

            Os números acima demonstram que, apesar de saber sobre a importância da coleta seletiva, nós brasileiros ainda não aprendemos a lidar adequadamente com o nosso lixo. Há também, segundo especialistas na área, uma falta de cultura e de informação sobre a prática da correta separação de resíduos já no ambiente doméstico. São tarefas que duram poucos minutos, mas que fazem toda diferença para o planeta. Para demonstrar como os hábitos da coleta seletiva são simples e que você pode começar a adota-los hoje mesmo, confira as dicas abaixo:

Separar o lixo

           O primeiro passo é justamente não misturar recicláveis com orgânicos. E o que são os materiais recicláveis e os orgânicos? Os primeiros são aqueles resíduos que podem ser usados num novo processo produtivo ou reutilizados de outra forma, tais como latinhas de alumínio, papelão, papéis, vidro e pneus. Já o lixo orgânico é um resíduo de origem biológica, que pode ser proveniente da vida animal ou vegetal e que devido ao processo natural de decomposição, não tem como ser reciclável, são exemplos disso todos os tipos de restos de alimentos, como verduras, carnes, frutas e outros.

            Separar em casa o lixo reciclável do orgânico é o primeiro passo do ciclo da coleta seletiva e a regra é simples: alumínio, papel, vidro, plástico e outros recicláveis devem ser colocados em lixeiras próprias, enquanto que os orgânicos vão para outro recipiente e devem ser coletados com maior frequência. Também é importante ter lixeiras diferentes para cada material (orgânico, papel, alumínio, plástico e metal), preferencialmente com cores diferentes. Um tratamento diferenciado deve ser dado às pilhas e baterias, que devem ser devolvidas para os fabricantes ou depositadas em coletores específicos.

            Uma dica importante: quando material orgânico se misturar com o reciclável, como por exemplo numa caixa de pizza, a parte que permanecer seca, ou seja, sem contato direto com o alimento, poderá ser reciclada. Já o restante da embalagem que ficar engordurado tem como destino o lixo orgânico. 

Embalagens secas e limpas

            Todo o material destinado à reciclagem deve estar seco. Embalagens de alimentos, como por exemplo caixas de leites ou garrafas pet, devem ser lavadas antes do descarte, já que não se deve ter resquícios alimentícios nos materiais destinados à reciclagem. Portanto, deve-se certificar se o material está totalmente seco antes de depositá-lo no espaço para coleta.

            As embalagens de vidro também devem ser limpas antes de serem descartadas, e as que estiverem quebradas devem ser embrulhadas ou envoltas em materiais seguros como folhas de jornais ou papelão para evitar acidentes. Não entram na lista de reciclagens os vidros provenientes das lâmpadas, espelhos e vidros de automóveis. 

O papel

            Há uma dica sobre o papel, que talvez muita gente não saiba, mas que é importante para que o mesmo seja reciclado. Os papéis não devem estar amassados. Isso porque as fibras que compõem o papel acabam perdendo a resistência consideravelmente, deixando o trabalho de reciclagem ainda mais difícil. O papel deve rasgado ou triturado para ocupar menos espaço e manter suas fibras intactas.

Diminua o tamanho

            Diferentemente do papel, garrafas pets e latinhas devem ser amassadas. As garrafas ainda devem ser fechadas com a própria tampa. O motivo para isso é bem simples: esse tipo de material, quando amassado, ocupa menos espaço, o que facilita colocar ainda mais lixo nos cestos destinados aos alumínios e plásticos. Além disso, facilitam o transporte durante a coleta seletiva. Assim como as latas, outros materiais feitos de alumínios também podem ser reciclados, como pregos e parafusos. Porém, clipes, grampos e esponjas de aço não entram nessa lista.

Da Comunicação Sem Fronteiras, por Luiz Fernando